Baú de Traços & Troços
Nascer,morrer, renascer ainda, tal é a lei (Kardec)
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Cheguei em casa “prá” lá das 22 horas. Sem broncas. Estava eu na FEB (Federação Espírita Brasileira) participando de reunião mediúnica. É isso mesmo. Os que me conhecem sabem que sou espírita de berço e médium (sem muito talento) de psicofonia e psicografia. E tem mais, é uma atividade que exerço há uns bons e tantos anos, junto com pequenas e pontuais palestras sobre o Evangelho Segundo o Espiritismo ou sobre a doutrina dos espíritos. E gosto muito do que faço. Por isso amo as madrugadas, especialmente quando muitas vezes ouço palavras amigas de amigos que já se foram deste plano físico e temporariamente habitam a esfera espiritual. É fantástico, acreditem. A sensação de eternidade é única e intransferível. Pois é, como estava eu dizendo, cheguei "tarde da noite". Comentei com a esposa sobre a reunião - minha família todinha é espírita, de carteirinha e registro na Ordem - tomei o tradicional leitinho quente (aqui “tá” meio frio) com torradas e pousei na cadeira em frente ao meu PC. Ajeitei um ou outro adjetivo de um petitório jurídico (na época dava uns pitacos nessas lides) e, pasmem, cliquei no FB dando de cara com duas fotos de minha turma do Liceu, postadas pelo honorável Dr. Higner Mansur, guardião eficiente dos pontos, vírgulas e letras que compõem a memória da capital, (nem tão secreta). Saudade dorida bateu no peito. Velhos amigos, jovens lembranças. Lágrimas nada furtivas desceram sem cerimônia pelas minhas faces realçando minhas marcas do tempo. Fitei longamente aquelas expressões felizes, joviais e bonitas, inclusive a minha. E daí? O que há de errado em "cultuar" o próprio ego, mesmo que pontualmente? Ali a vida estacionara para sempre. Aliás, quando adolescente eu queria contratar o Dr. Silvana para transformar Cachoeiro em Shangrilá. Assim ninguém envelheceria e todos viveriam eternamente na cidade. Mas, voltando às fotos e minha saudade, destaquei três pessoas muito queridas que "se foram" cedo, conforme o dito popular: Dail Garschagen, Cleomar Zipinotti e Enezir Vaillant. Amigos com quem privei fraternalmente e onde qualquer espaço seria pequeno para falar sobre eles. Mas, que chatice, o mote desse escrito era “eles” e termíno sem espaço para falar deles? Coisa nenhuma, olhem lá em riba "... ouço palavras amigas de amigos que já se foram...". Pois é, amo certas madrugadas. Muito, mas muito melhor mesmo é ouvir espíritos, especialmente de amigos queridos. Escrever sobre isso torna-se irrelevante. Que Deus me dê sempre a chance de ouvi-los. Mesmo que seja só uma "veizinha", aqui e acolá.

 

 

palhinha
Enviado por palhinha em 05/12/2023
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